quarta-feira, 16 de junho de 2010

Samuel P. Huntington - Choque de Civilizações

Por Camila Gregurincic

Diretor do Instituto de Estudos Estratégicos de Harvard e professor de Relações Internacionais, Samuel P. Huntington (1927-2008) era muito influente nos círculos politicamente mais conservadores.

- Fundo Realista

Conhecido estrategista da época da Guerra do Vietnã, Huntington provocou grande alvoroço em 1993 quando mostrou ao público sua teoria de "Choque das Civilizações", uma nova interpretação sobre a geopolítica mundial.

Em "Choque das Civilizações", Huntington disse que os conflitos pós guerra fria não seriam mais ideológicos, nem mesmo econômicos, mas fundamentalmente culturais.

"Minha tese é de que a fonte fundamental de conflito nesse novo mundo não será essencialmente ideológica nem econômica. As grandes divisões na humanidade e a fonte predominamente de conflito serão de ordem cultural. As nações-Estado continuarão a ser os agentes mais poderosos nos acontecimentos globais, mas os principais conflitos ocorrerão entre nações e grupos de diferentes civilizações. O choque de civilizações dominará a política global. As linhas de cisão entre as civilizações serão as linhas de batalha do futuro." Samuel P. Huntington

No livro "Choque das Civilizações", Huntington aborda temas como a nova ordem mundial como "multipolar e multicivilizacional"; Estado-núcleo e a sobrevivência do Ocidente e em particular da liderança norte-americana.

- Estados como centro mundiais de poder que atuam, diz ele - de forma coerente com o chamado realismo -, pela busca de poder e riqueza.

- Huntington afirma que as civilizações são como famílias e os Estados-núcleos representam o chefe, o líder dos demais Estados daquele "bloco civilizacional", que o vêem como um parente cuja liderança proporciona a eles apoio e disciplina.

- A grande preocupação de Huntington é com o que chama "declínio do Ocidente" e com o papel que os Estados Unidos deveriam desempenhar nessa nova ordem multipolar e multicivilizacional.

Para ele, em primeiro lugar, os Estados Unidos e a Europa têm de se manter unidos; ou então "serão destruídos separadamente". Em segundo lugar, os Estados Unidos ou a OTAN deveriam deixar de se envolver em conflitos que ocorram em outras civilizações, pois ele não acredita na expansão da democracia para todas as civilizações.
Huntington propõe então uma atuação realista, na política externa norte-americana.

1) Regra de Abstenção - Não se envolver em guerras alheias.
2) Mediação Conjunta - Estados-núcleos deveriam negociar entre si para conter as guerras que ocorrem nas linhas de cisão entre essas civilizações.

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