segunda-feira, 28 de junho de 2010

Separação da Bélgica?

Por Camila Gregurincic



O Reino da Bélgica situa-se a oeste da Europa e é considerada como o "coração" do continente europeu.

Fronteiras: Países Baixos, Luxemburgo, França e Alemanha.
Capital: Bruxelas
Governo: Monarquia Constitucional
Chefe de Estado: Rei Albert II
Primeiro Ministro: Yves Leterme (Pediu demissão ao Rei/Eleições legislativas antecipadas)

Estado Federal dividido em três regiões:
-Flandres ao norte, onde se fala flamengo (holandês).
-Valónia ao sul, onde se fala francês.
-Bruxelas, capital bilingue, onde o francês e o holandês são línguas oficiais.

HISTÓRICO

O território Belga já esteve sob domínio: espanhol, austríaco, francês e dos Países Baixos.
Domínio Espanhol até 1713.
Domínio Austríaco - Bélgica anexada à França (Guerras Napoleônicas).

Com a queda de Napoleão e o Congresso de Viena em 1815, o mapa geopolítico europeu reformulou-se, os Países Baixos do Sul foram anexados ao Reino dos Países Baixos até 1830, quando em 1839 iniciou-se o processo de independência - Estado Belga.

Com a formação da Bélgica pelas regiões de Flandres e Valónia, o país se tornou uma monarquia constitucional, com eleições parlamentares.

Inicialmente: Francês - Idioma Oficial (mesmo com maioria da população flamenca - idioma holandês).


FLANDRES X VALÓNIA

As duas partes do país, com o passar dos anos, desenvolveram-se e constituíram-se com características muito peculiares. As tensões políticas entre o Norte e o Sul refletiram a opinião de suas populações como um todo. Não existe um sentimento nacionalista que una o país, sendo o Rei Albert II o único símbolo de união entre as duas regiões.

O norte flamenco mais rico e com raízes culturais nos Países Baixos.
O sul valão, mais pobre e com raízes culturais francesas.

A região de Flandres manteve seu idioma, industrializou-se, manteve sua economia baseada em petróleo durante o século XX, e que hoje é voltada para exportação.
Já a Valónia permaneceu predominantemente agrícola e, hoje, é extremamente dependente da Política Agrícola Comum da União Européia, com taxa de desemprego duas vezes maior que em Flandres.

Toda essa diferença cultural abre espaço para a possibilidade de uma separação do Estado da Bélgica.

Para o Sul, uma separação com o Norte seria danoso devido aos benefícios recebidos pelo governo federal à sua população. Os recursos vindos da seguridade social e os subsídios agrícolas, elevados devido ao grande índice de desenvolvimento do Norte, garantem a economia e a renda da população do Sul.

Além disso, o Norte do país possui uma orientação mais de direita e liberal, enquanto o Sul mais à esquerda. Como existe uma certa autonomia entre as duas regiões quanto aos governos locais, o sul se torna muito mais burocrático e portanto apresentando mais gastos públicos.

Caso a atual crise política leve a uma cisão dentro do país (o que é pouquíssimo provável no curto prazo), a região administrativa (Bruxelas) provavelmente não pertenceria a nenhuma das regiões, mas sim se efetivaria como capital da União Européia.

Hoje, a Bélgica é um país que não apresenta uma rivalidade entre duas regiões, mas sim um não reconhecimento que gera perguntas sobre o real motivo de estarem juntos sob a mesma bandeira, será que uma separação do Estado Belga seria a melhor opção?


Eleições Legislativas Antecipadas (2010)


Demissão do Primeiro Ministro Yves Leterme: http://noticias.r7.com/internacional/noticias/primeiro-ministro-da-belgica-pede-sua-demissao-ao-rei-20100422.html

Eleições iniciaram em 13 de junho de 2010: http://noticias.r7.com/internacional/noticias/belgica-realiza-eleicoes-legislativas-que-podem-aprofundar-sua-crise-20100611.html

Separatistas vencem: http://noticias.r7.com/internacional/noticias/partido-que-quer-separar-a-belgica-vence-eleicao-20100613.html

Preferi colocar assim, pois além de explicar melhor, mostro a fonte também.

Na minha opinião, todo esse conflito entre norte e sul na Bélgica lembra a Guerra de Secessão, conflito entre norte e sul nos Estados Unidos; No passado os norte-americanos queriam separação também, mas podemos ver que hoje vivem bem. Não acho que a separação entre norte e sul da Bélgica seja a melhor solução...mas vamos ver como serão as atitudes dos próximos governos.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Immanuel Wallerstein - Declínio do Poder Americano

Por Camila Gregurincic e Maria Cristina


Conhecido pela sua contribuição fundadora para a teoria sistemas-mundo, Imannuel Wallerstein (1930 - ) em seu conjunto de obras procurou estabelecer uma abordaem alternativa às teorias realistas e liberais fortemente identificadas com o pensamento dos centros hegêmonicos de poder.
Segundo Wallerstein: "Um sistema mundo não é o sistema do mundo, mas um sistema que é um mundo e que pode ser, e frequentemente tem sido, localizado numa área menor que o globo inteiro. Uma análise de sistemas mundiais argumenta que as unidades da realidade social dentro das quais nós operamos, cujas regras nos restringem, são na maioria tais sistemas mundos."

Para o autor há duas variedades de sistemas mundo no transcorrer da existência humana: impérios mundiais e economias mundo.
"Um império mundial é uma grande estrutura burocrática com um único centro político e uma divisão de trabalho central, mas culturas múltiplas. Uma economia mundo é uma grande divisão central de trabalho com centros políticos múltiplos e culturas múltiplas." Immanuel Wallerstein

Influências
Marxismo
Dependência e Estruturalismo de Fernand Braudel


Em relação ao Declínio do Poder Americano e o Fim do Capitalismo, Wallerstein acredita que a crise que vivemos correspondeu também ao fim de um ciclo político, o da hegemonia americana, encetado igualmente nos anos 1970. Os Estados Unidos continuarão a ser um ator importante, mas jamais poderão reconquistar a sua posição dominante face à multiplicação dos centros de poder, com a Europa ocidental, a China, o Brasil, a Índia.

O 11 de Setembro não foi a causa primária das subseqüentes dificuldades econômicas dos Estados Unidos, embora as tenha exarcebado. A economia-mundo encontra-se em uma longa estagnação econômica relativa desde a década de 1970. Para Wallerstein, os Estados Unidos são uma potência hegemônica em declínio, e o 11 de Setembro foi mais uma evidência disto. Além disso, ele acredita que os mesmos fatores econômicos, políticos e militares que levaram os Estados Unidos a se tornarem uma grande potência hegemônica o levarão a declínio.

"O 11 de Setembro trouxe para o primeiro plano da nossa atenção cinco realidades sobre os Estados Unidos: os limites do seu poder militar; a profundidade do sentimento antiamericano no mundo; a ressaca dos excessos econômicos da década de 1990; as pressões contraditórias do nacionalismo norte-americano; a fragilidade da nossa tradição de liberdades civis." Immanuel Wallerstein

O sucesso dos Estados Unidos como potência hegemônica no período do após-guerra criou as condições para que sua própria hegemonia fosse minada. Este processo pode ser capturado em quatro símbolos: a Guerra do Vietnã, revoluções de 1968, queda do Muro de Berlim e os ataques terroristas de setembro de 2001.

http://www.galizacig.com/avantar/opinion/20-10-2008/entrevista-a-immanuel-wallerstein-o-capitalismo-esta-a-chegar-ao-fim

Michael T. Klare - Guerra por Recursos

Por Camila Gregurincic

Professor de estudos sobre paz e segurança mundiais, Michael T. Klare é conhecido por sua análise do cenário global do século XXI, caracterizando-o em guerras por recursos.

O mundo pós guerra fria - Fim dos conflitos ideológicos. Klare acredita que as guerras do futuro serão, principalmente, pela posse e controle de bens economicamente vitais, mais particularmente por recursos que as modernas sociedades industriais precisam para funcionar. Podemos ver por aí, que a teoria de Klare e de Huntigton se contrariam por conflitos econômicos/recursos X conflitos culturais, respectivamente.

Klare diz que a globalização/avanço tecnológico conseguirá resolver problemas mundias, tais como: escassez de matérias primas fundamentais, instabilidade social e política das zonas que possuem grandes reservas de bens indispensáveis e disputas por recursos. Mas ao resolver alguns lugares, outros se verão exarcebados pelos corrosivos efeitos secundários da globalização.

Não é possível prever as datas e lugares que irão acontecer essas futuras guerras por recursos, mas o maior interesse se centrará nas zonas que possuem matéria prima em abundância - petróleo, água, diamantes, minerais -, com essa nova geografia, Klare definiu um novo mapa mundi de acordo com os recursos dominantes de cada região e cada uma colorida de acordo com a matéria prima. Assim sendo, negro para petróleo e carvão; azul para água; branco para diamantes; verde para madeira; vermelho para minerais indispensáveis, como ferro e cobre. Dessa maneira, Klare vai citar todos os locais e seus respectivos recursos.

Alternativas para a guerra por recursos

Klare diz que a melhor alternativa é a criação de organizações internacionais estáveis, capazes de analisar os grandes problemas de recursos contando com a confiança dos líderes mundiais e de opinião pública. Para isso, é necessário que estas organizações estabeleçam um censo preciso das disponibilidades mundiais dos bens críticos. Além disso, colocarem em comum as experiências científica e técnica das nações participantes com fins de investigar novos materiais e técnicas de produção.

Não há condições de se assegurar que as estratégias funcionarão em todas as situações problemáticas de recursos mundiais. Mas Klare afirma que guerras não irão resolver o conflito por recursos. O uso da força por um país, embora possa aliviar temporariamente a escassez de recursos no país vencedor , promete para o futuro novos surtos de violência. Ao contrário, o repúdio da violência e promoção de soluções de cooperação, têm melhores chances de evitar problemas de recursos com os Estados.

Pessoal a Maria Cristina passou dois sites que achei interessante colocar pra darem uma olhada.

http://blog.controversia.com.br/2008/10/27/disputa-por-petroleo-leva-a-estado-de-guerra-permanente

http://geoscopio.tv/2008/09/geoprotagonistas/a-guerra-fria-da-energia-segundo-michael-klare

Samuel P. Huntington - Choque de Civilizações

Por Camila Gregurincic

Diretor do Instituto de Estudos Estratégicos de Harvard e professor de Relações Internacionais, Samuel P. Huntington (1927-2008) era muito influente nos círculos politicamente mais conservadores.

- Fundo Realista

Conhecido estrategista da época da Guerra do Vietnã, Huntington provocou grande alvoroço em 1993 quando mostrou ao público sua teoria de "Choque das Civilizações", uma nova interpretação sobre a geopolítica mundial.

Em "Choque das Civilizações", Huntington disse que os conflitos pós guerra fria não seriam mais ideológicos, nem mesmo econômicos, mas fundamentalmente culturais.

"Minha tese é de que a fonte fundamental de conflito nesse novo mundo não será essencialmente ideológica nem econômica. As grandes divisões na humanidade e a fonte predominamente de conflito serão de ordem cultural. As nações-Estado continuarão a ser os agentes mais poderosos nos acontecimentos globais, mas os principais conflitos ocorrerão entre nações e grupos de diferentes civilizações. O choque de civilizações dominará a política global. As linhas de cisão entre as civilizações serão as linhas de batalha do futuro." Samuel P. Huntington

No livro "Choque das Civilizações", Huntington aborda temas como a nova ordem mundial como "multipolar e multicivilizacional"; Estado-núcleo e a sobrevivência do Ocidente e em particular da liderança norte-americana.

- Estados como centro mundiais de poder que atuam, diz ele - de forma coerente com o chamado realismo -, pela busca de poder e riqueza.

- Huntington afirma que as civilizações são como famílias e os Estados-núcleos representam o chefe, o líder dos demais Estados daquele "bloco civilizacional", que o vêem como um parente cuja liderança proporciona a eles apoio e disciplina.

- A grande preocupação de Huntington é com o que chama "declínio do Ocidente" e com o papel que os Estados Unidos deveriam desempenhar nessa nova ordem multipolar e multicivilizacional.

Para ele, em primeiro lugar, os Estados Unidos e a Europa têm de se manter unidos; ou então "serão destruídos separadamente". Em segundo lugar, os Estados Unidos ou a OTAN deveriam deixar de se envolver em conflitos que ocorram em outras civilizações, pois ele não acredita na expansão da democracia para todas as civilizações.
Huntington propõe então uma atuação realista, na política externa norte-americana.

1) Regra de Abstenção - Não se envolver em guerras alheias.
2) Mediação Conjunta - Estados-núcleos deveriam negociar entre si para conter as guerras que ocorrem nas linhas de cisão entre essas civilizações.

Francis Fukoyama - O fim da História

Por Camila Gregurincic

Funcionário público do Departamento de Estado norte-americano, Francis Fukoyama (1952 - ) ficou famoso com o livro "O fim da história e o Último homem".

- Conservador
- Neoliberal
- Visão Linear

Com a queda do Muro de Berlim, o fim da guerra fria e de uma era bipolar (comunismo X capitalismo), uma grande maré capitalista tomou conta do mundo e trouxe várias propostas neoliberais nos terrenos político e econômico.

O esforço principal de Fukuyama, que provocou e ainda provoca grande repercussão, foi o de tentar elaborar uma linha de abordagem da história, indo de Platão a Nietzsche e passando por Kant e Hegel, a fim de revigorar a tese de que o capitalismo e a democracia burguesa constituem o coroamento da história da humanidade, ou seja, de que a humanidade teria atingido, no final do século XX, o ponto culminante de sua evolução com o triunfo da democracia liberal ocidental sobre todos os demais sistemas e ideologias concorrentes.

Para Fukoyama, o século XX viu, primeiramente, a destruição do fascismo e, em seguida, do socialismo, que fora o grande adversário do capitalismo e do liberalismo no pós-guerra. O mundo teria assistido ao fim e ao descrédito dessas duas alternativas globais, restando apenas, atualmente, em oposição à proposta capitalista liberal, resíduos de nacionalismos, sem possibilidade de significarem um projeto para a humanidade, e o fundamentalismo islâmico, confinado ao Oriente e a países periféricos.

Assim, com a derrocada do socialismo, Fukuyama conclui que a democracia liberal ocidental firmou-se como a solução final do governo humano, significando, nesse sentido, o "fim da história" da humanidade.

O fim da história, segundo Fukoyama, não quer dizer o fim dos eventos (guerras, conflitos, choques econômicos, culturais ou militares), e sim a chegada ao seu "destino teleológico", a um modelo societário que representaria o final da humanidade. Esse modelo ou estágio final, como já falado, seria a democracia liberal.

"O mundo não trilharia o caminho previsto pela ortodoxia esquerdista, o mundo estava evoluindo rumo à democracia liberal, e este seria o destino final." Francis Fukoyama

Três desafios enfrentados pela democracia liberal: Regime autoritário - anárquico; Fascismo - Extrema-direita; Comunismo.

Em entrevista com a VEJA sobre a Crise de 2008, Fukoyama disse que o maior controle sobre sistema financeiro e uma presença bem maior do Estado na economia(uma economia mais de Estado e menos de mercado) seria a melhor maneira para o capitalismo e a democracia liberal sobreviverem à crise.
Além disso, disse que a crise não foi causada por um desvio do liberalismo, mas por opções políticas equivocadas.

"O pior dessa história toda é que, na esteira da crise, estamos assistindo a um aumento do nacionalismo econômico. Seu desdobramento mais nefasto é o protecionismo." Francis Fukoyama

Karl Haushofer - Expansão da Geopolítica

Por Camila Gregurincic

As idéias de Mackinder inspiraram o General alemão Karl Haushofer(1869-1946) que as adaptou para um prisma alemão. Para Mackinder(defensor do império britânico) o fortalecimento da Inglaterra implicaria no constante isolamento da Alemanha da Rússia e assim controle do heartland. Pois acreditava que o maior perigo do império britânico era a união entre Alemanha e Rússia, pois estas poderiam controlar o heartland.
Haushofer, já enfatizava a necessidade dessa "aliança natural" entre os dois Estados para se contrapor ao então poderoso império britânico.

Nova ordem mundial ideal para o General: Haushofer dividiu o mundo em 4 blocos através de uma aliança entre Alemanha, Rússia e Japão X Inglaterra, França e China, sem mexer nos EUA.

Halford J. Mackinder - Visão Geoestratégica

O propugnador do poder terrestre

Considerado o grande teórico da geopolítica clássica, o geógrafo e político britânico Halford J. Mackinder(1861-1947) contrariava a teoria do poderio naval de Mahan. Mackinder acreditava que a geografia era a base da história, com isso construiu uma teoria que tem na geoestratégia a chave para a hegemonia mundial (o poder terrestre, e não o naval, como dizia Mahan).

Segundo sua teoria, o controle do mundo ensejaria domínio sobre determinado espaço terrestre no coração do Velho Mundo.

Mackinder criou alguns conceitos que foram reproduzidos praticamente por todos os demais geopolíticos e se tornaram clássicos: os principais são pivot area, world island e heartland.
World island - Grande bloco de terras denominado de "Velho Mundo" (África e Eurásia). No qual, de acordo com seus estudos, havia a maior população mundial e onde ocorreu as maires guerras da humanidade.

Pivot area - Dentro do world island. Imensa região central localizada na parte da Europa e em parte da Ásia.

Heartland - Região geoestratégia do planeta, no coração da pivot area - que corresponde aproximadamente ao que chamamos hoje de Europa Oriental.

Assim, para Mackinder "quem controla a hertland [terra-coração] domina a pivot área e quem domina a pivot área controla a "ilha mundial", e quem controla a "ilha mundial" domina o mundo.

Alfred T. Mahan - Poderio Naval

Por Camila Gregurincic

O poder marítimo como centro das mudanças

O almirante norte-americano Alfred T. Mahan (1840-1914) é considerado um dos "clássicos da geopolítica". Famoso em sua estratégia naval ("A influência ao poder marinha sobre sua história") e pelo poder marítimo, Mahan acreditava que a chave para a hegemonial mundial, estaria no controle das rotas marítimas, pois essas sustentavam o comércio internacional. Ou seja, para que um Estado se tornasse potência mundial, este deveria ter posse de grande poder marinho.

Em relação aos Estados Unidos, era óbvio que Mahan pensava no fortalecimento deste país. Com o fim do poderio britânico no século XIX, os Estados Unidos estavam se consolidando como uma das grandes potências mundiais. Por terem uma ótima posição geográfica e pela ausência de inimigos potenciais significativos por terra, Mahan acreditava que o controle dos mares seria o grande objetivo da estratégia norte-americana.

As concepções teóricas sobre o poder naval encontraram aplicabilidade na construção do Canal do Panamá, unindo os Oceanos Atlântico e Pacífico, concluída coincidentemente no ano da morte de Mahan, 1914.

Geopolítica Clássica

Por Camila Gregurincic

O termo "Geopolítica" foi criado pelo sueco Rudolf Kjellén no início do século XX, num artigo denominado "As Grandes Potências". Para ele a geopolítica deveria preocupar-se apenas com o primeiro elemento constitutivo do Estado, ou seja, o território em todas as suas acepções, quais sejam, situação em relação ao mar e outros Estados, alteração decorrente de aumento ou diminuição de poder de um Estado, a importância do papel da geografia na política exterior. Inspirado nos trabalhos e obras de Friedrich Ratzel, Kjellén definiu a geopolítica como a ciência que estuda o Estado como organismo geográfico. Além disso, tentava diferenciar o seu estudo (Geopolítica) com o estudo de Ratzel (Geografia Política). A Geopolítica enfatiza a atuação do Estado em seu espaço, ou seja, relaciona a geografia e o poder do Estado. Já a Geografia Política enfatiza as relações humanas com a natureza, mas só estará ligada ao meio ambiente, se estiver relações com a vida política.

Algumas preocupações da Geopolítica Clássica: Disputa do poder entre Estados; Expansão territorial; Controle de Espaços; Fortalecimento do Estado - Potência; Disputa pela hegemonia mundial.

Só faço uma breve explicação do que é a geopolítica. Nos próximos posts irei colocar alguns geopolíticos e suas teorias de acordo com o roteiro a seguir.

1) Alfred T. Mahan - Poderio Naval

2) Halford J. Mackinder - Visão Geoestratégica

3) Karl Haushofer - Expansão da Geopolítica

4) Francis Fukoyama - O fim da História

5) Samuel P. Huntington - Choque de Civilizações

6) Michael Klare - Guerra por Recursos

7) Immanuel Wallerstein - Declínio do Poder Americano

http://www.geocritica.com.br/geopolitica.htm Esse site é do José William Visentini, acho que o pessoal que faz relações internacionais, conhece a importância do estudo de seus livros, pois é bem conhecido na área. Além disso, no site explica bem sobre o que é geopolítica.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Índia X Paquistão - Caxemira

Por Camila Gregurincic

O conflito da Caxemira

Este conflito se refere à disputa territorial entre a Índia e Paquistão.
Após a independência da Índia britânica, 15 de agosto de 1947, por motivos religiosos, dois estados independentes foram formados: Índia (hindu) e Paquistão (muçulmano). As relações da Índia com o Paquistão começaram mal e nunca foram amigáveis. Para agravar ainda mais a difícil convivência entre os dois, Índia e Paquistão (Ocidental e Oriental originalmente separados) nasceram no início da Guerra Fria. Paquistão estava a favor dos Estados Unidos, enquanto a Índia apoiava a URSS.

Grande parte da população da Caxemira é muçulmana e quer a anexação ao Paquistão, o que a Índia nega. O Paquistão reivindica o controle total da região sob o argumento de que lá vive uma população de maioria muçulmana, a mesma do país. Contudo, a Índia controla a maior parte da Caxemira.

A posição oficial da Índia é que a Caxemira é "parte integrante" da Índia, enquanto a posição oficial do Paquistão é que a Caxemira é um território disputado, cujo estatuto definitivo só pode ser determinado pelo povo da Caxemira. Mas alguns grupos acreditam que a Caxemira, deve ser independente da Índia e do Paquistão.

Origens do conflito

As divergências no Sul da Ásia é o resultado da colonização e diferenças religiosas agravadas pela colonização britânica e da independência posterior da região, o que acabou provocando dois novos países, a Índia e o Paquistão, que se tornou uma competição de guerra local para ver quem realmente é o poder regional.

A independência destes dois países (Índia e Paquistão) só ocorreu em 1947, quando um movimento caracterizado pela resistência pacífica liderada por Mahatma Gandhi foi vitorioso. Com esta vitória, os britânicos decidiram abandonar a colônia da Índia. No entanto, antes dos britânicos a abandorarem, estes optaram por dividi-la em dois estados de acordo com os dados demográficos de cada província. Por um lado, as províncias de maioria muçulmana formaram o Paquistão (ocidental e oriental), e no outro lado, os hinduistas formaram a Índia.

Conflito religioso ou político?

Como citei anteriormente, as diferenças entre Índia e Paquistão são resultado do processo de colonização e das diferenças religiosas entre eles. No entanto, o conflito chegou a adquirir novos contornos nos últimos anos, com a demonstração do poder atômico que caracteriza uma diminuição na política externa de ambos os países, pois o mundo hoje muito mais experiente que a questão econômica com o poder militar.

Acredito que o conflito começou em assuntos religiosos, mas hoje é melhor classificado por uma disputa política e territorial.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

MAIS NOTÍCIAS DO SEMINÁRIO

Por Everton Meneghini

Cenário do setor exportador de SC é tema de seminário

O atual cenário do setor exportador de Santa Catarina será tema de seminário, promovido pela Federação das Indústrias (FIESC), no dia 23 de junho, às 13h30min. No encontro será lançado o "Diagnóstico do setor exportador catarinense", publicação que mostra o comportamento do setor em 2009, além compilar informações atuais do comércio exterior do estado.

No evento, que terá a participação de representantes do Ministério de Relações Exteriores e da Apex Brasil, serão realizados painéis sobre política das exportações brasileiras, perspectivas do comércio exterior e logística internacional.

As inscrições para o seminário são gratuitas e devem ser feitas pelo
e-maildiagnostico@fiescnet.com.br.
Mais informações pelo telefone (48) 3231-4664.

"Roda Viva" - Entrevista Ministro Celso Amorim

Por Camila Gregurincic

Pessoal a entrevista possui 4 vídeos, ai pra quem interessar é só acessar a conta do MRE (está nos links) no youtube que tem a entrevista completa.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Grécia X Macedônia

Por Camila Gregurincic

O conflito entre a Grécia e a Macedônia é uma questão muito complexa.

Em 1991, a Macedônia se separou da Iugoslávia e se tornou um estado soberano por um referendo popular. Este fato fez com a Grécia exigisse imediatamente à comunidade internacional a não reconhecer o país sob o nome de "Macedônia". Os gregos alegavam e alegam que os macedônios têm sido de nacionalidade grega desde 2.000 aC. Além disso, alegam que a Macedônia sempre foi e ainda é uma região da Grécia.

Por outro lado, os macedônios afirmavam e afirmam que a Macedônia nunca foi uma região da Grécia e consideram os gregos antigos vizinhos, e não parentes. Sem contar que os gregos estereotipavam os macedônios como "bárbaros" e os tratava da mesma maneira preconceituosa com que tratavam os não-gregos.

Mas em Agosto de 338 aC, os macedônios "bárbaros" derrotaram a Grécia na Batalha de Queronéia( batalha diputada pelo Rei da Macedônia Filipe II contra os gregos ) e designaram-se "comandante dos gregos". Esta batalha havia estabelecido a hegemonia sobre a Grécia e a Macedônia. Por isso, esta data é geralmente considerada como o fim da história grega e do início da era da Macedônia.

Em 1993, a Grécia concordou com a admissão da República da Macedônia (nome constitucional) nas Nações Unidas sob o nome provisório "Antiga República Iugoslava da Macedônia".
Mas o conflito com a Grécia, por causa do nome da república, se prolonga desde que Macedônia tornou-se independente, após o desmantelamento da ex-Iugoslávia.
No ano passado, o conservador Gjorge Ivanov venceu por larga maioria as eleições presidenciais na Macedônia e definiu como prioridade do seu mandato, a resolução do conflito com a Grécia e vizinhos.