quinta-feira, 20 de maio de 2010

Yes We Can

Nascido em 4 de Agosto de 1961 em Honolulu, Barack Hussein Obama dedicou seus estudos em Ciência Política pela Universidade de Columbia e Direito pela Universidade de Harvard. Eleito presidente dos Estados Unidos em 4 de Novembro de 2008 e tendo assumido posse em 20 de Janeiro de 2009, tornou-se o primeiro afro-americano a ter o cargo (44º presidente americano).

“Membro do Partido Democrata, a eleição de Obama suscitou grandes expectativas de mudanças radicais para o país e o mundo, tema central de sua campanha eleitoral, mas as possibilidades concretas de elas acontecerem na área de segurança estratégica são diminutas. Em comparação com a administração de George W. Bush haverá menos soberba e mais cordialidade. Mas os interesses concretos dos EUA no mundo e sua propensão histórica para assumir atitudes redentoras tornam pouco prováveis guinadas dramáticas nas posições básicas do país - até mesmo em relação à América Latina”. (REVISTA POLÍTICA EXTERNA - www.politicaexterna.com.br)

Sobre o seu primeiro ano de governo, Obama teve de enfrentar dois problemas. De um lado a grande crise econômica (“bolha imobiliária”...em outro post irei explicar tudo sobre essa crise) dos Estados Unidos desde a Grande Depressão de 1929. De outro, no plano internacional, herda duas intervenções militares. Além disso, sua política bateu de frente com o partido oposto, os republicanos.

Acredito que em relação à presidência de Bush, Obama vem adquirindo uma maneira mais diplomática, tentando ter uma boa relação multilateral( como por exemplo, a retirada do escudo anti mísseis apontado para a Rússia e a proposta de retiradas das tropas americanas no Iraque deixando apenas as tropas anti-terroristas - 30 de Junho de 2009 muitos norte-americanos já saiam do território iraquiano).
http://www.abril.com.br/ (trecho de 27 de Fevereiro de 2009)

"Em discurso na base da Marinha de Camp Lejeune, na Carolina do Norte, Obama disse que o "Iraque ainda não está seguro" e que ainda há dias difíceis pela frente. O presidente disse ainda que seu governo pretende retirar todas as forças dos Estados Unidos no Iraque até o fim de 2011, quando expira o prazo para a presença das tropas americanas segundo o acordo assinado ano passado entre Washington e Bagdá."

Analisando seu discurso após ser eleito e seu posicionamento antes e hoje, Obama insistia e insiste no fim da Guerra do Iraque. Acredito que, basicamente, para Obama, o que interessa é a desvinculação dos Estados Unidos com o restante do mundo, em seu discurso havia maior preocupação com a política interna americana(reformas no sistema bancário e na saúde) do que com a política externa.

Economicamente, na minha opinião, Obama com ideias de impor impostos aos grandes bancos e a agentes financeiros, o que gerou uma "queda de braço" com a Wall Street( Rua onde se localiza a bolsa de valores de Nova York), foi uma maneira de os bancos pagarem pelos erros que eles cometeram levando à crise. Assim acho que Obama conseguiu se sair bem no sentido de evitar o caos econômico.

Socialmente o presidente pretende liberar pesquisas com células-tronco, avanços na busca de fontes de energia alternativa, reforma educacional e reforma no sistema da saúde.
Há quase dois meses( 21 de Março de 2010 ), Obama deu um grande passo para sua forma de governo, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou o seu projeto de reforma no sistema da saúde americana. Ela foi a principal bandeira da política doméstica do presidente e irá beneficiar grande parte da população norte-americana que atualmente não têm cobertura de saúde. Na prática, o que muda com essa reforma, é que todos os norte-americanos serão obrigados a terem um plano de saúde, caso não tiverem, estarão sujeitos à multas. O lado negativo é que os americanos mais ricos terão que pagar mais impostos para financiar o esquema.

Finalizando, já faz um tempo que li um artigo em um site(não lembro qual site) e o salvei, mas vou colocar aqui o artigo que achei bem interessante e pode explicar bem a forma de governo de Barack Obama e de outros presidentes americanos.

"Em recente artigo na capa da revista Foreign Policy, o cientista político Walter Russell Mead explicou que o atual presidente segue a corrente jeffersoniana de política externa, uma das quatro existentes nos EUA.

Os jeffersonianos priorizam a política doméstica dos EUA. Não acham obrigatório os EUA transformarem o mundo. Para eles, o que se passa no Iraque é problema dos iraquianos. Os americanos devem evitar se envolver em assuntos que não estejam diretamente ligados a eles. ( É o que acredito que Obama quer os EUA fora de todos os conflitos no mundo). Quase sempre os jeffersonianos são do Partido Democrata.

Ao mesmo tempo, segundo Mead, Obama tem um pouco dos wilsonianos. Estes acreditam que os EUA devam defender os valores universais como os direitos humanos e a democracia ao redor do globo. Apoiam intervenções como a de Kosovo ou em lugares como Darfur, onde não existem interesses americanos envolvidos. O objetivo dos wilsonianos é propagar o que há de melhor dos EUA no mundo. Obama teve seu caráter wilsoniano ao tentar se aproximar dos muçulmanos. Há wilsonianos tanto no Partido Democrata como no Republicano. Por mais irônico que possa parecer, os neo-conservadores, ao buscarem estabelecer a democracia no Iraque, foram wilsonianos.

O terceiro grupo é dos hamiltonianos. São os realistas, como George Bush (o pai) e Henry Kissinger. Estes defendem os interesses, e não os valores americanos. Não acham que os americanos sejam capazes de transformar o mundo. Portanto, o importante é manter os valores internamente e lutar para que os EUA conquistem novos mercados e parceiros no exterior, independentemente de alianças com regimes como o da China ou o da Arábia Saudita. Sabem ser muito difícil transformar estes países em democracias como a Suécia ou o Canadá e, mais do que isso, sequer acham que esta seja uma obrigação dos americanos. Também há democratas hamiltonianos.

Os jacksonianos são o último grupo. Acreditam que os EUA não devam se envolver com o que ocorre no exterior, como os jeffersonianos. Mas acabam se posicionando à direita. E, quando os EUA forem provocados ou mesmo ameaçados, acham que não existe necessidade de perder tempo com diplomacia e as forças americanas devem ser utilizadas. Não vão lutar para defender os valores americanos, como os wilsonianos, ou os interesses, como os hamiltonianos. Pretendem lutar pelos EUA contra países ou grupos inimigos. Algumas vezes, depois de ataques, como em Pearl Harbor ou no 11 de Setembro. Outras, preventivamente, como no caso do Iraque e, agora, do Irã.

Apenas para exemplificar nos últimos governos.
1) Carter = jeffersoniano + wilsoniano
2) Reagan = hamiltoniano + jacksoniano
3) Bush (o pai) = hamiltoniano
4) Clinton = hamiltoniano + wilsoniano
5) Bush (o filho) = wilsoniano + jacksoniano
6) Obama = jeffersoniano + wilsoniano "
Analisando isso, percebemos que a política de Obama se caracteriza mais com a política de Carter...se eu fosse presidente dos Estados Unidos, acredito que seguiria a linha jeffersoniano + jacksoniano e vocês qual linha seguiriam?

Um comentário:

  1. Maria da Gloria G Guimarães21 de maio de 2010 às 21:15

    Analisando sua exposição muito objetiva,e muito bem colocada,de fácil entendimento,vou opinar;se eu fosse presidente dos Estados Unidos,acredito que seguiria também a linha jeffersoniano + jacksoniano.

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